Casa Diagonal

Tipo: Construção de habitação unifamiliar
Cliente: Privado
Localização: Aveiro, Portugal
Estado: Construído
Autor do Projeto: Maria Fradinho
Equipa: Jéssica Barreto, Ana Soares, Carlos Arroyo, Ana Rita Gomes
Data de Projeto: 2018-2019
Data de Construção: 2019- 2020
Área do Terreno: 500 m2
Área de Implantação: 160 m2
Área Bruta de Construção: 275 m2
Fotografia: Ivo Tavares Studio

Esta moradia, sita nos arredores da cidade de Aveiro, faz parte de um conjunto habitacional previsto em loteamento.

Formalmente, a peça arquitetónica é restringida pelos alinhamentos impostos pelo Plano de Loteamento onde se insere, que lhe demarca os limites exteriores. O volume resultante destes alinhamentos é, no entanto, quebrado através de um eixo com direção diagonal, que permite que o volume se fragmente verticalmente e horizontalmente em dois, com fachadas de larguras diferentes para assegurar a desejada distribuição programática. Trata-se portanto de uma peça não homogénea, composta por diferentes volumes que formam um só corpo.

Cada volume é tratado como uma “caixa” com perímetro uniforme, cujos topos, no sentido longitudinal, são abertos à paisagem com vãos translúcidos. Os volumes permitem vivências diferentes nos interiores e relações distintas com o exterior. Isto garante a diversidade de vivências desejadas entre o interior e o respetivo exterior, apesar da pequena dimensão do lote.

Um dos volumes do piso 0 avança em direção à via pública, garantindo o alinhamento frontal com as restantes habitações do loteamento onde a Casa Diagonal se insere. Isto permite, ainda, o recuo desse mesmo volume na fachada posterior, possibilitando à piscina aproximar-se da fachada do edifício, e assegurando, assim, a direta relação entre estas. Neste ponto, é possível saltarmos de dentro de casa para a piscina, ou simplesmente apreciar os efeitos de luz que o reflexo da água confere à consola superior. O jogo cromático do branco e preto permite definir a exceção deste volume, que se torna escuro em contraste com os restantes, para marcar não só o momento de beleza da composição arquitetónica, mas sobretudo o momento de grande proximidade entre os usos interiores e exteriores.

A moradia é envolvida por espaços verdes ajardinados, sendo exceção uma zona de deck cerâmico, no logradouro, que permitir a transição do uso da sala de jantar para o exterior. Esta zona é protegida por uma pérgula que se desenha na continuação do volume adjacente, como se este se fragmentasse até se transformar em mínimas peças estilizadas.

Em suma, esta moradia é o resultado de um jogo de eficácia, onde a intenção de organização espacial interior-exterior comandam a definição formal do conjunto, garantindo que a Casa Diagonal seja dotada das características solicitadas pelo cliente, apesar das restrições urbanísticas impostas.