Casa Verde

Tipo: Alteração de habitação bifamiliar
Cliente: Privado
Localização: Ílhavo, Portugal
Estado: Concluído
Autor do Projeto: Maria Fradinho
Equipa: Jéssica Barreto, Ana Soares
Data de Projeto: 2017-2018
Área do Terreno: 78 m2
Área de Implantação: 67 m2
Área Bruta de Construção: 136 m2
Autor do Projeto Original: Ferdinando Francis Ferreira

Implantada no seio da Costa Nova do Prato, praia de origem piscatória, conhecida pela sua arquitetura com fachadas às riscas, esta pequena moradia bifamiliar tem origem em 1958, tendo sido projetada ao estilo modernista, que então se praticava em Portugal.
Construída numa zona urbana, a moradia, com 67 m2 de implantação, num terreno de apenas 78 m2 e com 136 m2 de Área Bruta de Construção, fora projetada como unifamiliar. Contudo, ao longo do tempo, sofre a conversão em 2 fogos, assim como sucessivas alterações à sua composição exterior.
O nosso projeto visa recuperar os traços do projeto original, devolvendo a expressão dos contornos dos balanços das fachadas, conquistando a cobertura plana acessível e corrigindo os alinhamentos dos vãos. Por outro lado, intervimos na fachada criando novos vãos, que pudessem dignificar as novas áreas interiores, mas tendo em consideração as regras do desenho original.

No interior, intervimos apenas no piso 0, onde foi criada uma fração tipo T1, com 60 m2 de Área Bruta de Construção. Este piso havia sido totalmente modificado, o que nos permitiu intervir de forma autónoma e livre.
Com uma distribuição simples, para corresponder ao modesto programa, houve apenas a preocupação de garantir o devido conforto, através da aplicação de uma proteção térmica e acústica e da correção das patologias existentes, já que a moradia se apresentava em avançado estado de degradação. A distribuição programática desta fração teve, ainda, em consideração a necessidade de um acesso comum à cobertura visitável.
A Casa Verde sempre o foi, mas num verde escuro, envelhecido e manchado pelas patologias. Assim, recuperámos da palete de cores do arquiteto Le Corbusier, um tom verde claro – azulado – numa tentativa de conferir ao edifício o estilo de época, e garantir, ao mesmo tempo, um ar fresco e atual, mais adequado ao ambiente costeiro.
Temos, assim, um projeto desenvolvido essencialmente pela leitura em detrimento da proposta. Um projeto de sensibilidade e respeito, de coerência e sensatez, de máxima descrição e contenção, e de moderação do protagonismo do autor.