Diamante de Água

Tipo: Ideia para torre de combate a incêndios florestais
Cliente: Concurso
Localização: Portugal – indefinido
Estado: Concluído
Autor do Projeto: Maria Fradinho
Equipa: Jéssica Barreto, Mary Lourenço, Pedro Teixeira, Ángel Delfín e Nuno Moreira
Data de Projeto: 2014
Dimensão: 400 m de altura

Todos os anos, países como Portugal têm de enfrentar as chamas que destroem densas áreas verdes, disponibilizando imensos recursos económicos e humanos para salvar o seu bem mais preciso, as florestas.
Apesar dos esforços, o resultados apontam para vastas áreas perdidas ano após ano, assim como a constante alteração da nossa biodiversidade.
O Diamante de Água, é um tanque superior que capta e armazena a água da chuva para combater este flagelo.
Este elemento tem uma capacidade mínima de forma a poder fornecer os helicópteros de combate a incêndios. Quando está na sua capacidade máxima, o tanque pode fornecer 4.660 vezes um helicóptero com 3000 litros de capacidade.
Sempre que o sensor dá alerta de chuva, o telhado do diamante abre-se. Este movimento é feito por esforço mecânico, através de cilindros hidráulicos. Este processo aumenta a área de captação da água, retornando à sua forma original quando não há chuva.
A torre está equipada com quatro câmaras direcionais, de longo alcance, que podem mover-se ao longo de uma calha metálica localizada na parte superior da torre. Isto permite monitorizar os 360º florestais, a fim de detectar comportamentos anormais ou apenas visualizar detecção de incêndio, propondo-se que comunique com outras torres, em rede.
A sala de controlo é equipada com um comando central, que ativa as operações da torre, de acordo com as informações que recebe do ambiente externo (sensores, câmaras de vídeo, etc.), ou permite a comunicação de dados com outras centrais, como a da Proteção Civil.
O piso técnico é equipado com um conjunto de meios técnicos capazes de receber, armazenar e distribuir a energia renovável da torre, gerada pelo sol, vento e água da chuva.

Cada torre é equipada com 56 agulhetas que projetam a água de uma forma direcional ou dispersa, de acordo com o risco de incêndio ou de alerta de incêndio. Cada agulheta tem uma rede secundária de água que é fornecida pelo tanque principal, ligada a um sistema de bomba. Num ambiente com condições de vento normais, a projeção de água direcional da agulheta pode estender-se a 200 metros, uma metade do total da altura do diamante.
A energia produzida por estas turbinas eólicas permite encher o tanque superior para fazer descer a água de novo pela espiral, gerando uma maior quantidade de energia para as outras operações da torre.
Na fachada estrutural são acoplados sensores para medir a temperatura e a humidade do ambiente externo. Estes sensores ativam o alerta de risco de incêndio sempre que a temperatura é muito alta ou a humidade é muito baixa. Quando isso acontece o comando central ativa a torre para ser operacional, iniciando-se o processo preventivo.
Os pisos e escadas metálicas existentes permitem aos funcionários ter condições para efetuar operações de manutenção da torre ou mesmo poderem servir-se deles como saídas de emergência.

A torre tem uma espiral equipada com geradores hidráulicos distribuídos em vários andares. Cada vez que a água do tanque superior é dirigida para fluir na espiral, ativa as turbinas para gerar energia. Esta energia é armazenada no piso técnico para, depois, ser utilizada para as funções de torre.
Os veículos de combate a incêndios podem abastecer-se de água, a qualquer momento, através de uma ligação ao núcleo localizada no rés-do-chão. Esta conexão pode fornecer 1.245 vezes um veículo de 40.000 litros, apenas com 50% da capacidade do tanque principal de água.
Auto-suficiente, esta torre é um engenho de engenharia, e tecnologia, desenhado para por fim à tragédia nacional que ocorre todos os anos.