Sagiper II

Tipo: Ampliação de edifício industrial
Cliente: Privado
Localização: Vagos, Portugal
Estado: Concluído
Data de Projeto: 2018-2019
Área do Terreno: 14130 m2
Área de Implantação: 7710 m2
Área Bruta de Construção: 8860 m2
Autor do Projeto Original: Desconhecido

Este projeto pretende aumentar e transformar, o edifício industrial da Sagiper – Produção e Comercialização de Perfis em PVC, Lda., que se localiza na Zona Industrial de Vagos. Esta pretensão surge da necessidade de aumentar a área de produção e, ao mesmo tempo, melhorar as condições de habitabilidade do edifício, para proporcionar aos trabalhadores, e clientes, espaços mais amplos, com melhor luz e ventilação, melhores acabamentos, dotados de novas tecnologias e, sobretudo, onde os produtos da Sagiper ganhem um destaque inquestionável.
No encontro entre o edifício pré-existente e o novo corpo a construir, pretende-se edificar um volume de menor dimensão, em largura e altura, que resultará numa “tímida” união que garante, ao mesmo tempo, a devida interpretação das fases de construção do edifício, assumindo a distinção entre o novo corpo e o antigo.
É no novo edifício que se configurará a “nova fábrica”, já que é neste que se desenha a nova entrada principal, todos os espaços administrativos e de pessoal, assim como, a área de produção, e respetiva armazenagem de matéria prima; ficando o edifício antigo apenas destinado ao uso de armazém para material produzido.

A proposta de alteração do edifício pré-existente resume-se à aplicação de uma “roupagem” exterior, uma segunda pele nos vãos, que irá uniformizar a imagem global deste volume e, assim, assumir um carácter secundário no conjunto, respeitando o seu novo uso de armazém de matéria produzida. Esta pele será executada com uma estrutura metálica, revestida a chapa ondulada perfurada para garantir a continuidade da luz. Estes elementos afastam-se do plano de fachada, permitindo aos vãos continuarem a poder ser abertos e, assim, garantir a continuidade da ventilação e iluminação hoje existente.
O conjunto edificado pretende-se assumidamente um só, caracterizado pela utilização do mesmo material de revestimento de fachada: a chapa ondulada de cor grafite.
Por outro lado, o novo edifício, quase não terá vãos para o exterior, sendo as exceções a esta regra o vão de entrada para o lobby, que se quer em vidro para convidar à entrada, assim como um dos vãos da sala de reuniões, que convida à reflexão sobre o que se passa “lá fora”, simbolizando a concorrência.

É, portanto, proposto um edifício concentrado, que se volta para si mesmo num jogo de relevância do carácter interior, em detrimento da espetacularidade exterior.
Por outro lado, não deixa de comunicar com a envolvente exterior, já que a variação de alturas da fachada principal deixa perceber o carácter do uso interior, para assumir, sem dúvidas, o atual ponto de entrada no edifício.
Há, ainda, a pontual aplicação de um diferente material na fachada principal, nomeadamente réguas de Sagiwall – peças em PVC, revestidas a vários tipos de filmes (imitação de madeiras, metais, ou outros). Este material, um dos produzidos pela indústria em questão, será aplicado na fachada em pontos estratégicos, nomeadamente no vão de entrada principal, que dá para o lobby, assim como no vão que permite o atravessamento de camiões para descarga de matéria prima – volume que separa/une o edifício novo do edifício antigo.
A aplicação deste material na fachada principal, terá a função de showroom exterior, público, de forma a que todos que se aproximem do edifício, sem exceção, possam ter contacto com um dos materiais ali produzidos.
Este material será, sazonalmente, substituído por réguas revestidas a diferentes filmes, podendo acompanhar tendências, mostrar novidades ou, simplesmente, variar a opção cromática daquele apontamento da fachada, permitindo que esta fachada seja transformável com o tempo.

No interior, o novo edifício desenvolve-se envolta de um conceito principal, o “coração verde”.
Este “coração” é um pátio interior, descoberto, e com vegetação, que proporciona uma generosa entrada de luz para o edifício.
Este localiza-se entre o lobby e a zona de produção, e é todo em vidro, para permitir uma direta relação visual entre estes espaços, convidado ao conhecimento do que ali se produz.
Este espaço central é, ainda, um ponto de encontro, já que ali são propostos dois pequenos volumes, revestidos a sagiwall, cada um com uma mesa para uma pequena reunião que se queira mais descontraída e ao ar-livre.
É, assim, mais um showroom, onde os clientes podem ter contacto direto com o material ali produzido, vendo-o diretamente aplicado num ambiente real.
Esse showroom, que se inicia na fachada e termina no coração verde, desenvolve-se também no lobby, onde é possível encontrar os materiais da Sagiper aplicados num contexto de interiores.
O lobby desenvolve-se em open-space, no qual vários volumes, de menor dimensão, são dispostos de forma aparentemente aleatória.
A cada volume corresponde um uso específico, como a receção, salas de trabalho ou instalações sanitárias. Todos estes volumes formam um conjunto de peças parte de um todo – o generoso lobby – com pé-direito duplo e com vista para o “coração verde”.
Este lobby aberto, livre e acessível é, portanto, um verdadeiro showroom, onde os visitantes podem contemplar e interagir com os materiais que revestem os volumes existentes, ao mesmo tempo em que assimilam informações sobre a forma como aqueles produtos são produzidos, através do contacto visual que lhes é oferecido para a zona fabril.
Em suma, este projeto consegue a conexão entre os vários espaços interiores, voltando-se para si mesmo e, assim, reforçando o trabalho de equipa.
Por outro lado, a esta relação interior junta-se a intenção de “vender” o produto, através de uma indústria que é um showroom constante, para evidenciar o que de melhor ali se produz.