Tipo: Construção de habitação unifamiliar
Cliente: Privado
Localização: Ílhavo, Portugal
Estado: Concluído
Autor do Projeto: Maria Fradinho
Equipa: Ana Rita Gomes, César Pereira
Data de Projeto: 2020
Área do Terreno: 1280 m2
Área de Implantação: 310 m2
Área Bruta de Construção: 350 m2
A Vivenda Rei surge da reinterpretação da imagética aveirense, nomeadamente os palheiros da costa Nova e os edifícios do emblemático bairro da Beira-Mar, tornando-se sugestivo o ripado de madeira e os azulejos coloridos, respectivamente. Assim, reconhecendo a identidade do lugar, refletimos sobre os factos urbanos, a sua permanência, valor e memória (individual e coletiva).
A proposta desenvolve-se a partir de três volumes distintos entre si, que transmitem uma explícita hierarquia sobre a sua respectiva função e tipologia. Cada volume afigura-se a uma escultura arquitetónica admitindo altura, ritmo e composição diferentes. Assim, num gesto aparentemente fragmentado, desenha-se de um volume íntegro, coerente e estruturado.
Os espaços organizam-se segundo uma métrica longitudinal, que se articula num novo eixo transversal, resultando em interiores simples, elegantes e em tonalidade neutra. A fachada frontal, sugere a distribuição programática e a sua relação com o espaço público (a rua). Assim, o primeiro volume, o mais alto, atribui-se à zona privada e resulta numa fachada cega; o segundo volume, central, atribui-se à entrada e aos espaços de uso comum e resulta num grande envidraçado; o terceiro volume, o mais pequeno, atribui-se às zonas de apoio e resulta numa fachada parcialmente encerrada constituída por lâminas verticais. A fachada posterior é totalmente envidraçada, criando uma atmosfera delicada que sugere permeabilidade para o logradouro da piscina e jardins.
A simplicidade arquitetónica articula a complexidade contextual criando uma imagem que reclama a herança do passado, manifestamente representado nas linhas verticais – uma analogia ao ripado de madeira dos palheiros da Costa Nova. Além disso, será aplicado, em relevo, os azulejos antigos da pré-existência, feitos na antiga fábrica Campos, num gesto de transformação e manipulação do passado, que tenciona servir o presente e o futuro.