Edifício Empresarial de Soza

Tipo: Construção de edifício de Indústria, Serviços e Comércio
Cliente: Privado
Localização: Vagos, Portugal
Estado: A decorrer
Autor do Projeto: Maria Fradinho
Equipa: Cristina Paião, Daniel Antunes, Ivan Dušević, Sara Garcia

Data de Projeto: 2024 – 2025
Área do Terreno: 5602 m2
Área de Implantação: 5423 m2
Área de Construção: 7401 m2
Artista 3D: Alan Costa

O presente projeto visa a edificação de um edifício de indústria, serviços e comércio, em Propriedade Horizontal, que se localiza na Zona Empresarial de Soza, em Vagos, na zona centro de Portugal.
Dada a sua temática e localização, o objeto arquitetónico admite uma volumetria sólida, que ocupa a totalidade do lote onde se insere, com mais de 5400 m2 de área de terreno e cuja implantação é isolada e com forma quadrangular, onde as quatro fachadas são públicas.

Com uma cércea de 12m e dois pisos acima da cota da soleira e um abaixo da cota da soleira, para estacionamento automóvel, o edifício distribui-se em planta com a separação em quatro parcelas, três para frações distintas e a quarta para duas frações partilhadas na mesma parcela (uma por cada piso), num total de cinco frações distintas.
Esta distribuição das frações é notória na marcação dos dois negativos de entrada da fachada norte/principal, sendo que cada entrada serve duas parcelas.
Estes negativos permitem a quebra da longitudinalidade da peça arquitetónica, ao mesmo tempo em que garantem a devida dignidade às entradas das frações, já que aqui a componente empresarial pretende ser enaltecida em detrimento da industrial.

A fachada norte admite, para além dos negativos de entradas, um conjunto de vãos verticais, que “rasgam” a fachada e criam um ritmo que permite uma leitura mais suave do conjunto, já que se trata de um edifício com 140 metros de comprimento.
As fachadas materializam-se em chapa trapezoidal, de cor cinzenta, integrando-se na materialidade de pré-existência. Contudo, a leveza e elegância do desenho dos vãos atribui uma imagem sofisticada e imponente, com clara afirmação de estilo na zona onde se insere.
A fachada sul recebe as entradas técnicas dos armazéns industriais, para cargas e descargas de veículos pesados, tornando-se uma fachada discreta e menos expressiva.

Já a fachada Poente é marcada pela forte presença de uma treliça em aço com 11 metros de largura, e altura igual ao edifício, que permite vislumbrar o grande vão que a antecede e que comunica com as duas frações partilhadas da quarta parcela.
Este vão de grandes dimensões expõe o uso mais distinto de todo o conjunto, nomeadamente um espaço de eventos, que é distribuído pelo 1º piso e pela cobertura, dinamizando aquela fachada com uma vida pouco comum naquela zona empresarial.
A primeira parcela recebe a empresa Enomac, que ocupa metade da área do lote. Esta fração é desenhada com um critério de valorização dos espaços interiores, que se voltam a um pátio exterior comum, versátil e multifuncional, permitindo que a empresa conjugue os momentos quotidianos de trabalho com os momentos lúdicos de partilha entre funcionários e amigos da empresa.

No interior, um grande lobby de pé-direito duplo dá as boas-vindas aos clientes, que são recebidos também pelo grande vão voltado a sul e que contempla o pátio exterior, com uma agradável luz solar direta.

Os interiores são desenhados em volumes revestidos a policarbonato, onde a luz flui, mas onde a privacidade é garantida. Espaços abertos de transição fomentam os espaços de convívio e de partilha, numa empresa que se quer inclusiva e unida.

A fachada interior do armazém industrial não é descurada, trabalhando-se como uma montra para os espaços de escritórios.A empresa é uma só e a equipa une-se através da composição arquitetónica – os espaços comunicam e permitem fomentar a partilha e a colaboração.

Com estrutura em betão pré-fabricado conjugada com elementos em aço, e a composição em naves de duas águas por parcelas, o edifício pretende garantir o cumprimento das necessidades impostas para os vários usos, assegurando uma construção de qualidade.

Mais do que um exercício de arquitetura, desenhar uma empresa é programar a estrutura funcional da mesma, é planear a geometria dos contactos inter-humanos daquela empresa, é definir a estratégia da ideologia daquela atividade.

O edifício Empresarial de Soza delineou-se como um conjunto sólido, elegante, de convicções fortes, mas aberto à exploração e investigação; que promove o estilo participativo e comunicação aberta, sem com isso perder a autonomia e perseverança.